Andaimes e acrobacias: “Último Setor” retrata a luta das periferias

Através de acrobacias e cenografia impactante, a Cia Resto D'ontê convida o público a refletir sobre o futuro das cidades.

O que vai acontecer com a quebrada no futuro? Com esse questionamento, a Cia Resto D’ontê estreia “Último Setor” seu mais recente espetáculo. A montagem, que transpassa a visão tradicional do circo e apresenta acrobacias em um cenário formado por diversos andaimes, chega aos palcos do Teatro Arthur Azevedo.

Atores da Cia Resto D'ontê executando acrobacias em um cenário de andaimes.
Foto: Tássio Folli

“Último Setor” se passa em um futuro distópico e debate questões políticas, sociais e geográficas que afetam as periferias, principalmente na cidade de São Paulo. No palco, os intérpretes-criadores Alex Bingó, Gabriel Madrigrano, Pedro Vinicius e Wilson Guilherme, refletem sobre as possibilidades de resistência e adaptação enquanto as periferias são engolidas pela verticalização urbana e o avanço impiedoso da tecnologia.

Combinando elementos da arte povera e uma cenografia composta de vários elementos que remetem a um ferro velho, “Último Setor” explora questões profundas sobre sobrevivência, poder e adaptação em meio à desolação. No centro desse cenário árido e sucateado, os artistas utilizam suas habilidades para construir e interagir com um imponente totem em números de circo contemporâneo, como manipulação de objetos, acrobacias, dança e técnicas aéreas.

As experiências dos integrantes da Cia Resto D’ontê, artistas da periferia da capital paulista, influenciaram na construção do espetáculo. Para Wilson Guilherme, a ideia não é passar uma mensagem central, mas sensações para que o público possa sentir toda a poesia que está em resistir usando a arte e o próprio corpo para se reafirmar na sociedade.

Atores da Cia Resto D'ontê executando acrobacias em um cenário de andaimes.
Foto: Tássio Folli

“A gente cresce na periferia acompanhando umas situações que a gente não entende muito bem quando criança, como quando precisamos nos mudar quando há enchentes, incêndios, desmoronamentos, além da própria violência cotidiana dentro da quebrada. O que a gente sabe é que não nos querem ali, então somos jogados cada vez mais longe das regiões centrais, tendo que fazer ainda mais corre para sobreviver”, pontua Wilson.

Ficha técnica:

Concepção – Cia Resto D’ontê. Intérpretes-criadores – Alex Bingó, Gabriel Madrigrano, Pedro Vinicius e Wilson Guilherme. Provocação e Dramaturgia – Maria Carolina Oliveira. Preparação Corporal – Veronica Piccini. Figurino – Laís Lima. Sonoplastia – Ivan Alves. Operador de Som – Jonas Coutinho. Mapa e Operação de Luz – Rodrigo Silbat. Design Gráfico e Social Mídia – Maíra Kanashiro. Produção Geral – Renan Marangoni. Assistente de Produção – Bruno Faowmanma. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta.

ÚLTIMO SETOR

Atores da Cia Resto D'ontê executando acrobacias em um cenário de andaimes.
Foto: Tássio Folli

Temporada: De 27 de Novembro a 01 de Dezembro
Horário: Quarta a Sábado, às 20h | Domingo, às 18h
Local: Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca
Ingressos: Gratuito (retirada de ingressos uma hora antes do início da sessão)
Duração: 40 minutos
Classificação: Livre

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Tadeu Ramos

Social Media e criador de conteúdo. Compartilho aqui conteúdos culturais, com destaque para a comunidade LGBTQIAPN+

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