A Cia. da Revista comemora seus 25 anos de trajetória com a estreia do musical Tatuagem, uma adaptação dirigida por Kleber Montanheiro para o longa-metragem que rendeu o Kikito de melhor filme ao cineasta recifense Hilton Lacerda no Festival de Cinema de Gramado, em 2013.
O espetáculo volta em cartaz onde estreou, no Espaço Cia da Revista. O musical venceu o Prêmio APCA de melhor direção e teve seis indicações ao Prêmio Bibi Ferreira, ganhando os prêmios de ator coadjuvante e arranjo original.

O elenco conta com a participação de André Torquato / John Seabra, Bia Rezi, Cleomácio Inácio / Pedro Arrais, GuRezê / Victor Barreto, Júlia Sanchez / Larissa Noel, Lua Negrão, Lucas Truta / João Victor Silva, Mateus Vicente, Natália Quadros, Roma Oliveira / Raphael Mota e Zé Gui Bueno. Já a direção musical e os arranjos são assinados por Marco França e a produção pela Movicena Produções.
A trama acompanha a trupe teatral recifense Chão de Estrelas, que é liderada pelo extravagante Clécio Wanderley. Em uma noite, em 1978, os artistas recebem a visita do jovem Fininha, que é cunhado de Paulete, a estrela do grupo. Encantado com aquele universo marginal, o militar logo é seduzido pelo charmoso líder da companhia.
Os dois iniciam um tórrido relacionamento, que vai colocar Fininha diante de um grande problema: como viver esse amor e continuar trabalhando no repressivo ambiente militar em plena ditadura?
Algo curioso é que o Chão de Estrelas é inspirado no Teatro Vivencial, uma trupe pernambucana que fez sua arte nos anos de 1970 e 1980 e ficou conhecida por sua militância poética e como ícone da contracultura. E, de acordo com o diretor Kleber Montanheiro, o próprio trabalho feito pela Cia. da Revista tem muitas semelhanças com o do grupo retratado pelo filme.

“Nós todos temos essa ideia de junção de linguagens. A música sempre está muito presente em nossos espetáculos e exploramos outras possibilidades, como a dança, o circo, o circo-teatro e a própria revista como um gênero. Isso tem muito a ver com o Chão de Estrelas. E é interessante porque esse grupo estava inserido em um contexto de luta pela liberdade e nós estamos lutando para continuar com nosso espaço aberto, que ficou muito tempo fechado durante a pandemia”, compara o encenador.
Para transpor toda essa atmosfera criada pelo Chão de Estrelas no filme, a Cia. da Revista modificou até a estrutura de seu espaço. A plateia, por exemplo, é acomodada em cadeiras e mesas de dois lugares e até o hall de entrada e a fachada do espaço foram repensados para lembrar a sede do grupo fictício.

Tatuagem é o segundo espetáculo da trilogia de peças “Conexão São Paulo-Pernambuco”, que teve início em 2021, com a estreia de Nossos Ossos, a partir do romance do escritor Marcelino Freire.
Trilha sonora d’As Baías
Kleber Montanheiro conta que a ideia de montar a adaptação surgiu nesse período de isolamento, em um momento que ele estava revisitando obras que marcaram sua vida. “Acho que a música acabou sendo o ponto de partida. Eu estava assistindo ao filme e notei que as canções d’As Baías se encaixavam perfeitamente em várias cenas. Tenho amizade com a banda, principalmente com a Assucena, pois dirigi o show da turnê “Mulher”, do primeiro disco delas. E parecia que as músicas tinham sido feitas para o filme”, comenta.
Embora a adaptação seja muito fiel aos diálogos do longa, a trilha sonora passou a incorporar as 23 canções de Raquel Virgínia, Rafael Acerbi e Assucena – que ainda compôs mais uma música inédita, “Tatuagem”, como tema do espetáculo.

“Existem várias camadas da música dentro da peça. Como as canções das Baías não contam uma história com começo, meio e fim, mas falam sobre um tempo, muitas vezes, a música tem uma função narrativa. Às vezes, funciona como um pensamento de uma personagem, comenta uma ação anterior e até anuncia algo que está por vir”, acrescenta o diretor.
Atividades extras na Cia da Revista
ENTRE DRAG QUEENS E VEDETES:
AS ATUALIDADES DO TEATRO DE REVISTA NO BRASIL
Com Rita Von Hunty
Dia 06 de Fevereiro | Quinta, às 19h
ENCONTRO DA MÚSICA COM O TEATRO
Com Assucena e Marco França
Dia 12 de Fevereiro | Quarta, às 19h
OFICINA SOBRE DRAMATURGIAS MUSICAIS NOS ANOS 1960 E 1970
Com João Victor Silva
De 19 a 21 de Fevereiro | das 19h às 21h
OFICINA DE VOZ
Com Natalia Quadros
Dias 10, 12, 14 e 15 de Março | das 14h às 17h | Duração total de 12 horas
FICHA TÉCNICA
Adaptação, direção, cenários e figurinos: Kleber Montanheiro
Direção musical e arranjos: Marco França
Músicas: As Baías – Raquel Virgínia, Rafael Acerbi e Assucena
Música composta – Tatuagem: Assucena
Iluminação: Gabriele Souza
Visagismo: Louise Heléne
Preparação Côco de Roda: Val Ribeiro
Assistente de direção: João Victor Silva
Co-figurinista e direção de ateliê: Marcos Valadão
Costureira: Nonata Diniz
Aderecistas: Gustavo Zanela e Rebeca Oliveira
Cenotecnia: Evas Carretero
Pintura de telões: Victor Grizzo
Elenco: André Torquato/John Seabra, Bia Rezi, Cleomácio Inácio/Pedro Arrais, GuRezê/Victor Barreto, Júlia Sanchez/Larissa Noel, Lua Negrão, Lucas Truta/João Victor Silva, Mateus Vicente, Natália Quadros, Roma Oliveira/Raphael Mota e Zé Gui Bueno
Músico ensaiador: Gabriel Hernandes
Guitarra: Canhestro
Bateria: Caro Pisco
Teclado: Wagner Passos
Baixo / Violão: Gabriel Hernandes
Projeto Feito Tatuagem: Louise Heléne e Sérgio Santoian
Fotos Feito Tatuagem: Sérgio Santoian
Fotos do elenco: Rodrigo Chueri
Microfonista: Brenda Umbelino
Desenho de som: LABSOM – Kleber Marques
Direção de produção: Jota Rafaelli
Produção: Movicena Produções
Realização: Cia. da Revista
TATUAGEM

Temporada: De 01 a 24 de Fevereiro
Horário: Sábados, Domingos e Segundas, às 20h
Local: Alameda Nothmann, 1135 – Campos Elíseos
Ingressos: Compre aqui
Plateia: R$ 40,00 (Inteira) | R$ 20,00 (Meia Entrada)
Mesa (Ingresso Individual): R$ 40,00 (Inteira) | R$ 20,00 (Meia Entrada)*
Duração: 135 minutos, com 15 minutos de intervalo
Classificação: 16 anos
*A mesa tem capacidade para 3 pessoas. Cada ingresso garante apenas 1 lugar na mesa
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