Espetáculo “Padê” celebra a desordem e vida no Sesc Belenzinho

Espetáculo “Padê”, do Núcleo Ajeum, celebra a vida e a desordem no Sesc Belenzinho.

O espetáculo de dança “Padê”, do Núcleo Ajeum, será apresentado no Sesc Belenzinho. A obra celebra a força e desordem como ferramentas de transformação, em um mergulho profundo nas pulsões de vida e nos desejos de corpos pretos. Dirigida e coreografada por Djalma Moura, a peça explora a ideia de desordem como um caminho de reencontro com a própria identidade, refletindo sobre as dificuldades e desafios enfrentados por corpos negros em uma sociedade que muitas vezes os exclui ou invisibiliza.

“Padê”: A Força da Desordem na Dança

A frase-chave central do espetáculo é a celebração da desordem como uma forma de vida. Em “Padê”, o corpo é utilizado para externalizar as pulsões internas que carregam energia vital, desejos, e resistência. Através da dança, o Núcleo Ajeum expressa os conflitos e as contradições da vida, indo da gargalhada ao conflito, do olhar desconfiado ao sorriso largo. “Padê” é uma dança que recolhe, partilha e transmuta, permitindo que o corpo, em sua totalidade, viva e reviva constantemente.

A obra cria um ambiente cênico onde a dança funciona como um espaço de ebó – um ritual de limpeza e transformação –, onde as mazelas físicas, emocionais e espirituais são removidas para que a vida continue com mais força. As pulsões de vida são canalizadas pela figura de Exú, que simboliza o movimento e a mudança, trazendo uma nova percepção do corpo em constante estado de criação e recriação.

A Trajetória do Núcleo Ajeum e a Concepção de “Padê”

Cena do espetáculo PADÊ do Núcleo Ajeum no palco | Canal Tadeu Ramos

O Núcleo Ajeum, criado em 2014 por Djalma Moura, é reconhecido por suas pesquisas que entrelaçam estéticas negras, filosofias africanas e afro-brasileiras, e liturgias. Em suas criações, o grupo utiliza a desordem como ponto de partida para reestruturar e reorganizar os significados e movimentos que compõem a vida de seus intérpretes. Em “Padê”, o ponto central é a busca pela vitalidade, pelos desejos que nos fazem continuar e pelos desafios que enfrentamos diariamente para nos mantermos vivos em meio a pressões sociais e políticas.

O espetáculo também se insere em uma trajetória de trabalhos do Núcleo Ajeum que abordam ciclos de vida, morte e renascimento. Obras como IKÚ e LAMA exploram as dimensões do corpo e seus significados em constante transformação. Em “Padê”, a desordem não é algo a ser evitado, mas abraçado como uma oportunidade de encontrar novos caminhos e novas formas de organização corporal e espiritual.

Sobre o Núcleo Ajeum

Fundado na Zona Sul de São Paulo, o Núcleo Ajeum é uma companhia de dança que se dedica a explorar as estéticas negras e suas conexões com o mundo contemporâneo. Com base em contos, mitologias e filosofias africanas, o grupo tem sido reconhecido por sua capacidade de criar espetáculos de forte impacto social e cultural. Ao longo de sua trajetória, o Núcleo já produziu 11 obras coreográficas, incluindo peças apresentadas em teatros, espaços alternativos e audiovisuais.

O grupo também é responsável pela publicação da Revista Ajeum, que discute os processos criativos do grupo e suas conexões com as práticas de arte negra no Brasil e no mundo. Além disso, o Núcleo Ajeum já recebeu prêmios importantes, como o Prêmio APCA de 2022 pelo espetáculo IKÚ: A Morte Um Dia Acolherá o Orí, na categoria “Espetáculo não estreia”. Com “Padê”, o Núcleo Ajeum reafirma seu compromisso com a criação de obras que abordam a vitalidade e o poder transformador da arte e da dança.

Ficha Técnica

Ficha Técnica – Concepção, Direção e Coreografia: Djalma Moura. Intérpretes-Criadores: Aysha Nascimento, Djalma Moura, Erico Santos e Victor Almeida. Artistas Convidados: Cristina Santos, Paulo Felito, Thales Felipe. Criação Musical: Lucas Brogiolo. Criação e Operação de Luz: Juliana Jesus. Figurino e Visagismo: Gil Oliveira. Cenário: Núcleo Ajeum. Confecção da Mesa: José Lourenço. Palavras de Pesquisa: Bruno Garcia Onifade, Luís Rufino e Baba Flávio de Yemonja. Preparadores Corporais: Djalma Moura, Jessy Velvet e Tainara Cerqueira. Assessoria de imprensa: Luciana Gandelini. Produção: Dafne Nascimento.

PADÊ

Cena do espetáculo PADÊ do Núcleo Ajeum no palco | Canal Tadeu Ramos
Foto: Sérgio Fernandes

Temporada: Dias 13, 14 e 15 de Setembro
Horário: Sexta e sábado às 20h; domingo às 18h30
Local: R. Padre Adelino, 1000 – Belenzinho
Ingressos: R$ 60,00 (inteira) | R$ 30,00 (meia-entrada) | R$ 18,00 (Credencial Plena) | Compre aqui
Classificação: Livre
Duração: 70 minutos
Capacidade: 200 lugares

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Tadeu Ramos

Social Media e criador de conteúdo. Compartilho aqui conteúdos culturais, com destaque para a comunidade LGBTQIAPN+

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