Olivier De Sagazan apresenta “Transfiguration” no Sesc Belenzinho

Pela primeira vez em São Paulo, o renomado artista francês se apresenta espetáculo que desafia os limites entre pintura, escultura e performance.

Pela primeira vez em São Paulo, o renomado artistra francês Olivier De Sagazan traz seu icônico trabalho Transfiguration, um espetáculo que desafia os limites entre pintura, escultura e performance em uma impressionante transformação ao vivo.

Misturando argila, tinta e seu próprio corpo como tela, Sagazan desconstrói e reconstrói sua identidade em cena, levando o público a uma jornada hipnótica entre o humano e o monstruoso, o efêmero e o eterno.

Um trabalho único e imperdível, que já percorreu os principais palcos do mundo e agora chega à São Paulo em uma parceria especial entre Sesc São Paulo e a Azavah.

Olivier De Sagazan em "Transfiguration"
Foto: Didier Carluccio

Embora encontremos suas raízes no Futurismo, Dadaísmo e Teatro do Absurdo, não há tradição de que a arte performática esteja historicamente conectada. A performance art, cuja contrapartida semântica pode ser lida como um protesto contra a mercantilização da arte, e o abraço da arte com valores burgueses no contexto da separação entre arte e vida, deve ser lida como uma expressão estética do corpo em qual movimento e movimento são centrados, não palavras.

É por isso que performance é chamada de arte corporal. O fato de o corpo ser objeto da produção artística e de que a modernidade tende a controlar o corpo dentro de um mecanismo de pressão no processo histórico é um processo paralelo. “As relações de poder intervêm diretamente [no corpo]: ele o cerca, o estigmatiza, o treina, o tortura, o compele a certos deveres, participa de cerimônias, envia sinais ao seu redor”- Michael Foucoult… Em seguida, ele descreve essa forma de relacionamento. Nesse sentido, cabe destacar que a performance art baseada no corpo é uma crítica à modernidade. Não há tradição em que obras performativas de Olivier De Sagazan estejam historicamente vinculadas. No entanto, deve-se notar que tem uma diferença temática com as obras performativas que surgiram especialmente na década de 1960.

Olivier De Sagazan em "Transfiguration"
Foto: Didier Carluccio

Sua transfiguração em suas performances corporais com o tema do retorno às raízes, o esforço em revelar o lado animal do homem através de uma profunda compreensão das paixões primitivas, e a ruptura da visão modernista com o efeito xamânico para romper os hábitos de vida, ser “cego” deve ser lido como uma contraposição ao efeito da modernidade no corpo (e na consciência).

Voltando às primeiras fontes do teatro, que começaram com Artaud pela primeira vez no sentido temático e continuaram com Grotowski, e o esforço para chegar ao ser humano puro liberto da percepção modernista (a percepção teatral rica em suas falhas) traz De Sagazan junto com essa tradição em um plano semântico/ temático. Nas obras de Sagazan, o que transforma e muda com a metamorfose do corpo é a consciência, e essa consciência de ver, perceber e olhar formada pelos padrões da modernidade.

Olivier De Sagazan em "Transfiguration"
Foto: Didier Carluccio

A refração e a transformação aqui são de dois lados. Por um lado, há uma transformação para o performer, por outro, ataca a visão e a percepção do indivíduo moderno; portanto, há uma dimensão em sua consciência que cria uma ruptura no código da existência. Ao determinar o eixo principal da obra de Sagazan como “quebrar os hábitos de vida”, visa a dinâmica da mente e visão modernas que criam, nutrem e desenvolvem esses hábitos, e isso, por sua vez, quebra as percepções incorporadas nos códigos modernistas. A forma de refração aqui de se desenvolve primeiro através da visão e continua no nível da percepção.

Se lermos as formas às modernas de “ver”, a existência mental de nosso olhar e percepções formadas pela modernidade, e se lermos isso como um estado apolíneo, então a capacidade de ver a “cegueira” de uma maneira diferente, e para significar a mesma coisa, o abandono do estado moderno de ver, em vez do elemento apolíneo (de certa forma), podemos lê-lo como um estado dionisíaco de olhar e ver.

SOBRE OLIVIER DE SAGAZAN

Olivier De Sagazan em "Transfiguration"
Foto: Divulgação

Nascido em 1959 no Congo, África, o cidadão francês Olivier De Sagazan, busca em seus trabalhos, captar a essência existencial do homem combinando fotografia, pintura, escultura e performance em suas obras. A percepção artística de Sagazan se verticaliza após sua vivência na República dos Camarões, na África Central, para onde foi depois de estudar biologia e filosofia na universidade. A experiência e o tempo que passou lá, o lança em uma série de questionamentos em pontos filosóficos, religiosos, sociais e artísticos, e esse salto de consciência abre os horizontes de Sagazan para retornar e redescobrir suas próprias raízes. Da sua paixão por dar vida à matéria surgiu a ideia de cobrir o próprio corpo com barro para observar o “objeto” resultante. Esta experiência deu origem à criação do solo cênico Transfiguration, em 1998, no qual vemos um homem a desfigurar-se gradualmente. Este meio homem, meio besta, procura por baixo de suas máscaras e de forma incessante a sua real identidade.

Olivier De Sagazan, que transforma completamente seu corpo com objetos prontos e o transforma em objeto de arte, é um artista performático que provoca o mundo mental, espiritual e semântico do público, como outros artistas performáticos, mas há uma diferença importante que o distingue de seus pares, em termos de suas obras performativas formalmente a outros artistas performáticos, De Sagazan, que carrega os traços das abordagens teatrais primitivas/ ritualistas que começaram com Artaud e continuaram com Grotowski em termos de conteúdo e significado, é um artista que trouxe um novo fôlego à arte da performance ou body art nesse sentido.

Ficha Técnica:

Diretor e intérprete: Olivier de Sagazan
Production Manager (FR): Gaelle Le Rouge
Produção Artística (BR): Alex Bartelli
Agenciamento e Produção Brasileira: Azayah

TRANSFIGURATION

Olivier De Sagazan em "Transfiguration"
Foto: Didier Carluccio

Temporada: De 25 de Abril a 04 de Maio
Horário: Sexta e Sábado, às 19h | Domingo, às 16h
Local: R. Padre Adelino, 1000 – Belenzinho
Ingressos: R$ 50,00 (inteira) | R$ 25,00 (meia) | R$ 15,00 (Credencial Plena) | Compre aqui
Duração: 50 minutos
Classificação: 16 anos

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Tadeu Ramos

Social Media e criador de conteúdo. Compartilho aqui conteúdos culturais, com destaque para a comunidade LGBTQIAPN+

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