Inspirado em “O Mágico de Oz”, de L. Frank Baum, “O Mágico Di Ó – O Clássico em Forma de Cordel” transporta a célebre história de Dorothy e seus amigos para o universo do sertão nordestino, com uma abordagem criativa que une a literatura de cordel, a musicalidade brasileira e a essência dos retirantes. Sob a direção de Ivan Parente e Daniela Stirbulov, o espetáculo, que estreou em 2019, retorna ao cartaz em curta temporada no Teatro Itália, em São Paulo.
Com texto e letras de Vitor Rocha e músicas de Marco França, o espetáculo acompanha Doroteia, uma jovem nordestina que embarca em um pau-de-arara rumo a São Paulo com seus tios, fugindo da seca e das adversidades de sua terra natal. No trajeto, encontram Osvaldo, um cordelista que, através de seus versos, conduz Doroteia a uma jornada mágica repleta de personagens cativantes: Mamulengo, Cabra-de-Lata e Leão, figuras que refletem a resiliência e os dilemas de um povo em movimento.

Quem conta essa história, que abraça ritmos brasileiros como frevo, xote e lamento, além de explorar a riqueza da literatura de cordel e da xilogravura, são os atores Luiza Porto (Doroteia), Davi Sá (Osvaldo), Mateus Ribeiro (Mamulengo), Dom Capelari (Cabra-de-Lata), Thiago Sak (Leão), Diego Rodda (Tio/Bruxa Má), Renata Versolato (Tia/Bruxa Boa) e Daniel Warschauer (motorista/músico), que também integram a banda do espetáculo, tornando cada apresentação uma celebração ao vivo. A experiência ganha ainda mais vida com a direção de arte de Juliana Porto e Silvia Ferraz, responsáveis pelo cenário e figurino, o desenho de luz de Fran Barros e o desenho de som de Paulo Altafim.
Para Ivan Parente, um dos diretores da obra, a adaptação ressignifica o conceito de lar e pertencimento. “Dirigir essa adaptação para o Nordeste brasileiro foi e é um desafio potente e emocionante. A história, que no original fala sobre querer partir, aqui ganha uma nova camada: nossos personagens são retirantes, que precisam sair, mas não querem. Isso ressoa profundamente com a trajetória de tantos brasileiros – artistas, imigrantes, sonhadores – que deixam sua terra natal em busca de uma vida melhor. Vitor Rocha foi brilhante ao trazer essa história para o nosso contexto, transformando o Espantalho no Mamulengo, o Homem de Lata no Cabra-de-Lata e o Leão em alguém que só quer encontrar paz na natureza. A Doroteia, diferente da Dorothy, não sonha em partir – ela quer ficar, mas a realidade impõe outra rota. No fim, o espetáculo fala sobre pertencimento: não apenas sobre de onde viemos, mas sobre os lares que construímos ao longo do caminho.”

Já Luiza Porto, que interpreta Doroteia e também é uma das produtoras e idealizadoras ao lado de Vitor Rocha, destaca sua evolução junto ao espetáculo desde a primeira temporada. “A Doroteia sempre chega na minha vida trazendo força e coragem. Quando a vivi em 2019, foi um divisor de águas pessoal e profissional, porque foi minha primeira produção independente, a concretização de um sonho – levantar um espetáculo, contar uma história, reunir amigos. Desde então, percorremos muitos caminhos com temporadas em outras cidades e a experiência inacreditável de gravar o filme no sertão. E agora, trazer o ‘Mágico’ de volta, com novos atores, mas com a mesma essência e poesia, é manter viva uma história que acreditamos tanto, tendo a chance de apresentá-la a outros públicos”.
Vitor Rocha, idealizador do projeto, reforça a importância da adaptação e sua relação pessoal com a história. “O que me motivou a adaptar ‘O Mágico de Oz’ foi uma relação muito particular com essa história. Minha vontade sempre foi entender como torná-la ainda mais interessante. Sempre me perguntei: ‘O que posso acrescentar a essa história? Qual é a minha visão sobre ela?’ O meu jeito de somar foi trazendo a brasilidade para essa narrativa, especialmente sob o olhar de um migrante. Eu sou mineiro, mas moro em São Paulo. Deixei minha casa para buscar melhores oportunidades, para prosperar na minha carreira. E essa é a trajetória de tantas pessoas no Brasil, de um povo que historicamente precisou migrar e, no caminho, acabou ajudando a construir o país inteiro”, conta.

Para além do imaginado pela mente criativa de Rocha, o sucesso da adaptação, que segue sua estrada de tijolos amarelos, também levou a novas conquistas, como o lançamento da trilha sonora original, disponível nas plataformas digitais, um livro que recebeu o selo da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e hoje faz parte do Plano Nacional do Livro Didático, podendo ser adotado por escolas públicas, além de um filme dirigido por Pedro Vasconcelos, uma celebração ao teatro brasileiro, estrelada pelo elenco original do espetáculo, e que deve chegar às telas em breve.
Ficha Técnica:
Idealização: Luiza Porto e Vitor Rocha
Texto: Vitor Rocha
Direção: Ivan Parente e Daniela Stirbulov
Direção Musical: Marco França
Letras: Vitor Rocha
Músicas: Marco França e Elenco
Trilha incidental: Diego Rodda
Treinamento de prosódia: Marco França
Direção de arte: Juliana Porto e Silvia Ferraz
Desenho de luz: Fran Barros
Desenho de som: Paulo Altafim
Elenco: Luiza Porto (Dorotéia), Davi Sá (Osvaldo), Mateus Ribeiro (Mamulengo), Dom Capelari (Cabra-de-Lata), Thiago Sak (Leão), Diego Rodda (Tio/Bruxa Má), Renata Versolato (Tia/Bruxa Boa), Daniel Warschauer (motorista/músico)
Operação de luz: Marina Gatti
Operação de som: Thiago Venturi
Produção: Luiza Porto e Vitor Rocha
Assistente de produção: Letícia Helena e Victor Miranda
Fotógrafo: Victor Miranda
Designer: Julia Maez
Redes Sociais e Criação de Conteúdo: Xodó Comunicação
Assessoria de Imprensa: GPress Comunicação | Grazy Pisacane
Foto do Pôster: Lucas Cyrillo
O MÁGICO DI Ó

Temporada: De 05 a 27 de Abril
Horário: Sábados e Domingos, às 15h
Local: Av. Ipiranga, 344 – República
Ingressos: Entre R$ 60,00 e R$ 120,00 | Compre aqui
Duração: 70 minutos
Classificação: Livre
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