Fraternal Companhia faz sessões gratuitas do espetáculo “O Caso Severina”

Circulação do espetáculo pretende dar voz às inúmeras mulheres vítimas da violência doméstica.

Inspirado em fatos verídicos ocorridos no agreste pernambucano em 2011, “O Caso Severina” traz à cena a impactante trajetória de uma agricultora de 44 anos que mandou matar o próprio pai. A montagem, com texto de Alex Moletta e direção de Ednaldo Freire, segue em circulação pela cidade de São Paulo, com apresentações gratuitas em junho no Teatro Alfredo Mesquita e no Teatro Paulo Eiró.

Cena do espetáculo “O Caso Severina”, da Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes
Foto: Arnaldo Pereira

“O Caso Severina”, que parte de um fato ocorrido em Caruaru, município de Pernambuco, noticiado pelo jornal Diário de Pernambuco, em 2011, tem no elenco os atores Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud, Maria Siqueira, Giovana Arruda e Luiã Borges. A peça narra a incrível história de Severina, de 44 anos, que manda matar o próprio pai. Um crime de parricídio por si só já é trágico, porém mais fortes que o ato, precisam ser os motivos que levaram a ele.

Contemplada pela 19ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, a circulação de “O Caso Severina” pretende dar voz às inúmeras mulheres vítimas da violência doméstica, que vivem situações similares sem encontrar forças para se libertar.

Fato social em fato teatral

Para criar “O Caso Severina”, a Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes realizou um extenso trabalho de pesquisa, que durou oito meses e utilizou tanto o material publicado pela mídia quanto os autos do processo, dentro de um projeto do grupo intitulado Do Fato ao Ato.

“Nosso projeto de pesquisa tem por objetivo transformar um fato social num ato teatral, sempre privilegiando os diversos pontos de vista dos personagens envolvidos na situação”, diz o diretor Ednaldo Freire. “Essa metodologia propõe colocar o ator como principal vetor e agente do ato, no sentido de que cada membro do grupo (ator/cidadão) é uma unidade social que vivencia e testemunha tais fatos em seu dia-a-dia”.

Por se tratar de um acontecimento real, o espetáculo mantém o caráter documental, expondo de forma épica, os dados fornecidos pela investigação jornalística, como datas, locais e tempo de ocorrência. Apesar do ator ser peça chave, o texto foi construído pelo dramaturgo do grupo, Alex Moletta, que acompanhou todo o processo de criação em sala de ensaios.

Cena do espetáculo “O Caso Severina”, da Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes
Foto: Arnaldo Pereira

De acordo com Alex Moletta, o trabalho de construção da dramaturgia ficou mais focado no enredo e na estrutura narrativa, sendo que o maior desafio foi contar a história sem pré-julgar os personagens, além de ter um cuidado com a vítima, Severina, para não espetacularizar a violência.

“Esse processo de criação tinha um diferencial, a história de Severina é utilizada como estudo de caso em cursos de direito em universidades e possui transcrições dos depoimentos durante o julgamento e isso deu muito mais realismo e verossimilhança para a dramaturgia. Depoimentos do delegado, dos matadores e principalmente da Severina foram fundamentais para entendermos o perfil e contextos dos personagens. A partir daí iniciamos o processo de dar vida e corpo a essa estrutura, procurando não julgar os personagens e deixar isso ao público”, explica o dramaturgo.

Ficha técnica: Concepção, Criação e Produção – Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes. Direção – Ednaldo Freire. Dramaturgia – Alex Moletta. Elenco – Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud, Maria Siqueira, Giovana Arruda e Luiã Borges. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta.

O CASO SEVERINA

Cena do espetáculo “O Caso Severina”, da Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes
Foto: Arnaldo Pereira

Duração: 70 minutos
Classificação: 16 anos
Ingresso: Gratuito

TEATRO ALFREDO MESQUITA

Temporada: 12 a 15 de Junho
Horário: Quinta a Sábado, às 20h | Domingo, às 19h
Local: Av. Santos Dumont, 1770 – Santana

TEATRO PAULO EIRÓ

Temporada: 19 a 22 de Junho
Horário: Quinta a Sábado, às 21h | Domingo, às 19h
Local: Av. Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro

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Tadeu Ramos

Social Media e criador de conteúdo. Compartilho aqui conteúdos culturais, com destaque para a comunidade LGBTQIAPN+

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