“Geografias” volta, em nova temporada, a partir de maio no Teatro CPA. O texto é do dramaturgo argentino Leandro Airaldo, cujos direitos de apresentação no Brasil foram adquiridos pelo Centro de Pesquisa em Artes (CPA), com direção geral de Celso Faria.
A trama se desenrola ao redor de Márcia, uma mulher de 50 anos, LGBTP+, emocionalmente abalada por uma recente separação, e Frederico, um jovem com Transtorno do Espectro do Autismo (anteriormente conhecido como Síndrome de Asperger), que enfrenta a perda de sua mãe.

O encontro dos dois em um ponto de ônibus, marcado por um simples gesto de bondade de Frederico ao oferecer um lenço a Márcia, dá início a uma jornada de descoberta e apoio mútuo. À medida que a noite avança, o espetáculo se transforma em um profundo exercício de escuta ativa e empatia, trazendo à tona medos reais e imaginários, e destacando a beleza do encontro.
“Conheci o texto em Buenos Aires e fiquei encantado com a simplicidade e a força da amizade que se estabelece entre as duas personagens”, relata Celso Faria.
A atriz Elina de Souza interpreta Márcia, em seu segundo trabalho com o CPA. Segundo ela, o que a motivou neste projeto foi a beleza do encontro entre essas duas personagens. “O improvável torna-se provável por meio do amor e da compreensão de que somos diversos, e é essa diversidade que traz beleza às conexões”, completa.

“Após 6 anos como diretor e interpretando João Grilo no ‘Auto da Compadecida”, é um presente na minha carreira interpretar o Frederico”, conta Ronaldo Saad.
A tradução foi feita pela equipe do CPA, que optou por transpor os bairros e cidades da Argentina para São Paulo, com o objetivo de aproximar o espectador com o encontro entre Fred e Márcia. Assim, a cena começa no Bom Retiro e as personagens circulam por outros bairros da capital paulistana.
Frederico tem um interesse restrito e intenso pelo filme de Steven Spielberg, “ET. O Extraterrestre”, assim a encenação explora e faz paralelos do encontro das duas personagens, com a relação de empatia e aproximação do menino Elliot com o ET, no filme de 1982.
A estética proposta no espetáculo é singular e com poucos elementos em cena, trazendo o que é exatamente essencial: um banco em um lugar desconhecido. Por sua vez, a luz de Agnaldo Nicoletti aposta em um visual que explora os tons e cores da época, pois toda a jornada de Márcia e Frederico acontece em 1992.

Os figurinos assinados por Mirella e Silva além de explorar a época, imprime às duas personagens suas características centrais: Frederico que sonha ser astronauta e Elina uma mulher sem destino e que adora temas metafísicos.
Fabi Travagin estreia como compositora de trilhas sonoras, expandindo sua experiência como cantora e locutora de rádio. “Tem sido uma experiência incrível. Segui a proposta da direção em explorar referências de ‘ET – O Extraterrestre’, com uso de sons sintéticos e texturas eletrônicas criadas por sintetizadores e, claro, composições de John Williams”, acrescenta Fabi.
Ficha Técnica
Texto: Leandro Airaldo
Elenco: Elina de Souza e Ronaldo Saad
Direção: Celso Faria
Assistente de direção: Mäy Crepaldi
Cenário: Celso Faria e Ronaldo Saad
Figurino: Mirella Silva e Silva
Trilha Sonora: Fabi Travagin
Iluminação: Agnaldo Nicoleti
Operação: Vinicius Nunes
Fotos: José Rengifo
Produção: Centro de Pesquisa em Artes
GEOGRAFIAS

Temporada: De 17 de Maio e 22 de Junho
Horário: Sábados, às 20h | Domingos, às 18h
Local: Rua Santa Cruz, 219 – Vila Mariana
Ingressos: R$ 70,00 (inteira) | R$ 35,00 (meia) | Compre aqui
Classificação: livre
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