O coletivo teatral Projeto CRIOULOS, formado por artistas negros e negras da cidade de São Paulo, deu início à “Mostra de Repertório Projeto CRIOULOS”, com apresentações gratuitas no Teatro Arthur Azevedo.
A peça “Crioulos” coloca no centro do palco narrativas pretas forjadas sob processos de exclusão social nas periferias dos grandes centros urbanos.
A montagem integra a trilogia “Antologia Tropikal”, projeto contemplado pelo Fomento ao Teatro de São Paulo, que será concluído em outubro com a estreia inédita de “Mitologia Tropikal”.

Projeto CRIOULOS é um grupo de teatro negro que completa 04 anos de trajetória em 2025. O grupo surgiu a partir de ocupações artísticas em espaços públicos como o Centro de Culturas Negras do Jabaquara, a Funarte e a Oswald de Andrade, além de contar com apoio de coletivos como Estelar de Teatro, Teatro do Incêndio e Teatro de Contêiner Mungunzá, que sediam seus espaços.
Sob a liderança de Caio D’Aguilar, que dirige e atua nas montagens, e produção de Taynã Marquezone, que também integra o elenco dos espetáculos, o grupo tem marcado sua atuação pela articulação entre criação cênica, formação e mobilização comunitária. Em sua trajetória, realizou ensaios abertos, oficinas, debates e temporadas descentralizadas por CEUs e cidades do litoral paulista, além de projetos híbridos como o curta “Cenas Pretas” (Sesc Interlagos, 2021)

Também sob direção de Caio D’Aguilar, a tragicomédia “CRIOULOS” parte da história de um jovem negro que perde o pai — ativista político — assassinado por policiais milicianos. A partir desse trauma, o protagonista atravessa memórias, fabulações e provocações sobre raça, história e identidade em uma dramaturgia que mistura crítica social, humor ácido e imagens simbólicas da diáspora negra.
Inspirado por autores como James Baldwin, Angela Davis, Conceição Evaristo, e por artistas como Jordan Peele, Basquiat e Tyler, The Creator, o espetáculo combina oralidade, performance e projeção em um cenário encruzilhado entre rural e urbano. Telões, trilha sonora marcada por samba, soul e ruídos de tiros evocam figuras como Grande Otelo e casos como o Ônibus 174, compondo uma reflexão direta sobre o genocídio da juventude preta e periférica.
FICHA TÉCNICA
Texto e direção: Caio D’Aguilar
Elenco: Ilunga Malanda, Caio D’aguilar, Júlia Brandão, Kenan Bernardes, Carlos de Niggro, Tomás Nunes, Leandro Flores e Vitor Vaz
Produção: Taynã Marquezone e André Rosa
Figurino: Adélia Well e Maiwsi Ayana
Cenografia: Diego Machado
Preparação de interpretação: Eduardo Silva
Preparação corporal: Boogaloo Begins
Luz e projeção: Junior Docini
Som: Marcos Felinto
Arte e design: Luciano Angelotti e Genilson Junior
Fotografia (divulgação): Vitor Pickersgill
Assessoria de Imprensa: Pedro Madeira e Rafael Ferro
Técnica de Palco Cenográfica: Edelsioela Denecir
CRIOULOS

Temporada: De 14 a 18 de Maio
Horários: Quarta a Sexta, às 20h | Sábado, às 18h e 20h | Domingo, às 18h
Local: Av. Paes de Barros, 955 – Mooca
Ingresso: Gratuito | Distribuídos na bilheteria com 1h de antecedência
Duração: 90 minutos
Classificação: 12 anos
ESSE PROJETO FOI REALIZADO COM APOIO DO PROGRAMA MUNICIPAL DE FOMENTO AO TEATRO PARA A CIDADE DE SÃO PAULO – SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA
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