Cia Ballet Paraisópolis apresenta novas coreografias no Teatro Sérgio Cardoso

Dobr[A]berta, de Maurício de Oliveira e Vórtex, de Christian Casarin, tensionam criação e movimento.

Lançada no início de 2024, a Cia Ballet Paraisópolis, a mais nova companhia de dança de São Paulo com direção executiva de Monica Tarragó, estreia seu primeiro programa de dança com as coreografias Dobr[A]berta, de Maurício de Oliveira e Vórtex, de Christian Casarin. As apresentações gratuitas acontecem no Teatro Sérgio Cardoso.

O elenco de 16 bailarinos — Amanda Dalla, Bruno Antunes, Daniela Oliveira, Geise Santos, Giovana Guimarães,Haissa Santos, Luiz Dias, Maju Vieira, Mariana Farias, Rafael Mattoso, Rebeca Guilherme, Ruan Soza, Sayuri Katsuki, Thaís Dariolli, Vitoria Andregueti e Wellington Dambroski — transpassa os limites da comunidade de Paraisópolis e rompe as barreiras urbanas para apresentar novos horizontes da dança.

De acordo com Monica Tarragó, a estreia do primeiro programa de dança da Cia Ballet Paraisópolis reafirma insistentemente quem são os bailarinos da companhia e que espaços ocupam com sua dança. “Os coreógrafos responsáveis pelas montagens se dispuseram esticar, torcer e dançar nossas questões como companhia de dança. Dos procedimentos orientais de Maurício de Oliveira a base clássica de Christian Casarin encontramos caminhos encorajadores para os nossos bailarinos explorarem o que temos chamado de dança contemporânea. Esta que não é forma, é manifesto”, enfatiza ela.

Vórtex | Foto: Fernanda Kirmayr

Para o primeiro programa de dança da Cia Ballet Paraisópolis, os 16 bailarinos apresentarão duas obras. A primeira, Dobr[A]berta, de Maurício de Oliveira, busca suas inspirações iniciais no origami, arte japonesa de dobrar papel. Na coreografia, o corpo-dobradura se revela em todas suas contradições como esculturas em busca de uma forma final, mas que deixa no espaço os rastros de suas tentativas, seus erros e acertos, seus encontros e despedidas. Esta condição de busca se expande para além do domínio do corpo, criando um ambiente que se reconfigura constantemente ao longo do tempo, como paisagens flutuantes.

Para Maurício de Oliveira, Dobr[A]berta é, antes de tudo, um tratado de arquitetura. “Nesse sentido, o encontro com os jovens do Ballet Paraisópolis foi crucial para a realização deste trabalho, cuja urgência da dança parece não ter limites. O pensamento dos bailarinos nos devolveram a esperança e a fé na dança contemporânea, porque não abdicaram das possíveis ferramentas do conhecimento, quaisquer que sejam elas”, explica o diretor e coreógrafo.

Já Vórtex, é uma coreografia original de Christian Casarin, que utilizando o conhecimento técnico e a agilidade dos bailarinos, leva o virtuosismo do treinamento do ballet clássico para reorganizar estruturas tradicionais, alternando e misturando códigos do vocabulário da dança. Com música original composta por DallaNoras, que serve como fio condutor para criar um contraponto entre disciplina e tradição numa paisagem sonora eletrônica, a obra coloca no centro os bailarinos e suas experiências, permitindo uma recomposição corporal e rítmica.

“Estrear no Teatro Sergio Cardoso é dar continuidade não só a minha pesquisa dentro da linguagem do ballet clássico, mas também poder vivenciar o crescimento desta jovem companhia que vem cada vez mais consolidando sua trajetória dentro do cenário da dança de São Paulo”, explica Christian Casarin.

Vórtex | Foto: Lygia Contin

A criação da Cia Ballet Paraisópolis é a resposta de todo o trabalho feito, durante anos, com os bailarinos do projeto sociocultural Ballet Paraisópolis. Após a formatura dos primeiros bailarinos em 2022, nasceu o desejo pela criação da companhia. A ideia é que cada bailarino continue sua trajetória profissional (todos os bailarinos da Cia já possuem o DRT de registro profissional) na área da dança, tendo como objetivo a integração ao mercado de trabalho.

A diretora executiva do Ballet Paraisópolis Monica Tarragó conta que a formação da Cia Ballet Paraisópolis tem como objetivo principal permear múltiplas linguagens, potencializando o próprio fazer artístico da comunidade de Paraisópolis. “Nesses 12 anos de atuação, o Ballet Paraisópolis cresceu muito e já está sendo reconhecido internacionalmente. Todos os moradores amam o Ballet e tem muito carinho e respeito pelo projeto. Nós conseguimos mostrar para a comunidade que dança é profissão”, destaca ela.

Na Cia Ballet Paraisópolis todos os bailarinos recebem uma remuneração mensal como bailarino e instrutor, além de fisioterapia e suporte para reabilitações com o Instituto Vita e bolsa de estudos para o ensino superior com o Centro Universitário Católico Ítalo Brasileiro.

Ficha Técnica:

Direção Executiva — Monica Tarragó. Direção Administrativa — Jorge Tarragó. Produção Geral — Associação Ballet Paraisópolis. Produção Executiva — Renato Modesto. Assistente de Produção — Wellington Lucio. Coreógrafos — Christian Casarin e Mauricio de Oliveira. Ensaiadores — Danielle Rodrigues, Rebeca Guilherme e Weverton Aguiar. Composição Musical — DallaNoras e May Manão. Desenho de Luz — Jum Nakao e Nicolas Marchi. Operação de Luz — Nicolas Marchi. Assistente de Iluminação — Adilson Reis. Cenotécnico — Iuri Dias. Operação de Som — André Moro. Design de Figurino — Jum Nakao e Adriana Hitomi. Figurino — Só Dança. Comunicação — Wellington Lucio e Lygia Contin. Fotógrafos — Fernanda Kirmayr, Lygia Contin Thomas Kolisch e Wellington Lucio. Assessoria de Imprensa — Nossa Senhora da Pauta. Secretaria — Priscila Pinheiro e Kamila Oliveira. Apoio de Elenco — Ferd Souza. Assessoria Jurídica — Rinaldo Amorim Araujo. Assessoria Contábil — Service Keep Assessoria e Consultoria Contábil. Elenco — Amanda Dalla, Bruno Antunes, Daniela Oliveira, Geise Santos, Giovana Guimarães, Haissa Santos, Luiz Dias, Maju Vieira, Mariana Farias, Rafael Mattoso, Rebeca Guilherme, Ruan Soza, Sayuri Katsuki, Thaís Dariolli, Vitoria Andregueti e Wellington Dambroski.

Vórtex

Coreógrafo — Christian Casarin. Ensaiadores — Weverton Aguiar e Rebeca Guilherme. Desenho de Luz — Nicolas Marchi. Composição Musical — DallaNoras. Design de Figurino — Jum Nakao. Figurino — Só Dança.

Dobr[A]berta

Direção e Criação Coreográfica — Maurício de Oliveira. Assistente de Direção — Tono Guimarães. Direção de Ensaios — Danielle Rodrigues. Desenho de Luz — Jum Nakao e Nicolas Marchi. Composição Musical — May Manao. Design de Figurino — Adriana Hitomi.

VÓRTEX E DOBR[A]BERTA

Vórtex | Foto: Lygia Contin

Dias: 09 e 10 de Agosto
Horário: Sexta e Sábado, às 20h
Local: Rua Rui Barbosa, 153 — Bela Vista
Ingressos: Gratuito | Distribuição de ingressos uma hora antes do início da sessão
Duração: 70 minutos
Classificação: Livre

*Artigo publicado originalmente em 05 de agosto de 2024

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Tadeu Ramos

Social Media e criador de conteúdo. Compartilho aqui conteúdos culturais, com destaque para a comunidade LGBTQIAPN+

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