Em um mundo cada vez mais digitalizado, onde os encontros e as conexões humanas acontecem, muitas vezes, através das telas dos celulares, o espetáculo “Porta Aberta” propõe uma reflexão profunda sobre os impactos dessa nova realidade no universo LGBTQIA+. Em cartaz no Teatro Ruth Escobar, aborda o cruzamento entre intimidade, exposição e julgamento, explorando como as dinâmicas dos aplicativos de encontros afetam as subjetividades dessa comunidade.
Escrita por Adriane Hintze, a obra oferece uma visão crítica sobre as relações contemporâneas mediadas por tecnologias, especialmente em tempos de crescente uso de plataformas digitais para encontros afetivos e sexuais. Patrocinada pelo app SCRUFF, um dos maiores aplicativos de encontros LGBTQIA+, o espetáculo se aprofunda nas vulnerabilidades criadas por essa forma de conexão, destacando as tensões entre liberdade e risco, entre desejo e julgamento.
A trama de “Porta Aberta” gira em torno das interações e dos dilemas vividos por indivíduos que buscam se conectar em um espaço digital, mas acabam sendo confrontados por uma realidade repleta de preconceitos e estigmas sociais. O texto de Hintze analisa a complexidade dessas relações e como os aplicativos, apesar de promoverem encontros, também podem amplificar sentimentos de isolamento, insegurança e até violência. A peça lança luz sobre a linha tênue entre o desejo de conexão e os limites da vulnerabilidade, explorando as zonas de risco presentes nesse cenário digital.
Guilherme Zati e Gabi Prota, que assinam a direção, guiam o elenco em performances que representam com profundidade as angústias e os dilemas dos personagens. Thiago Domingues, Pedro Amaral e Dayzon Nascimento dão vida a esses personagens com atuações emocionantes e impactantes, que transmitem a intensidade dos conflitos internos vividos pelos indivíduos no processo de busca por conexão e pertencimento.
A parte técnica do espetáculo, com iluminação de Luis Falcão e som de João Macedo, complementa a atmosfera intimista e ao mesmo tempo tensa da peça, criando uma ambientação que envolve o público e o coloca dentro da experiência angustiante e reveladora dos personagens.
O Patrocínio do SCRUFF
O patrocínio do SCRUFF, aplicativo de encontros LGBTQIA+, traz relevância adicional à peça, considerando o papel crucial das plataformas digitais nas dinâmicas sociais e afetivas da comunidade LGBTQIA+.SCRUFF é uma das maiores ferramentas de encontro e interação da comunidade gay e queer no mundo, e seu apoio ao espetáculo é uma forma de engajamento com o debate sobre os desafios e as complexidades das relações digitais contemporâneas.
Ao patrocinar o espetáculo, oSCRUFF reforça sua posição como um agente de mudança social, além de contribui para uma discussão mais ampla sobre como as plataformas de encontros podem promover ou mitigar questões como o preconceito, a insegurança e a discriminação. A parceria representa um compromisso com a promoção de diálogos construtivos e inclusivos dentro da comunidade LGBTQIA+.
O Termo “Porta Aberta” e sua Simbologia
O nome da peça, “Porta Aberta”, carrega um simbolismo profundo. Ele não se refere apenas à literalidade de um espaço físico aberto para encontros, mas também à ideia de um convite — muitas vezes tentador — à vulnerabilidade e à exposição no mundo digital. A porta aberta é um símbolo de oportunidades, mas também de riscos. Em um contexto de aplicativos de encontros, a “porta” se torna uma metáfora para as escolhas que fazemos ao nos conectar com outros, explorando a interseção entre desejo, segurança e medo.
Essa metáfora é fundamental para compreender a proposta da peça: como o desejo por proximidade e conexão se contrapõe aos perigos de exposição e vulnerabilidade em um ambiente virtual, onde os limites entre o público e o privado são constantemente questionados.
Ficha Técnica:
Texto: Adriane Hintze
Direção: Guilherme Zati e Gabi Prota
Elenco: Thiago Domingues, Pedro Amaral e Dayzon Nascimento
Iluminação: Luis Falcão
Técnico de som: João Macedo
PORTA ABERTA
Temporada: Até 24 de Abril
Horário: Quintas, às 20h
Local: Rua dos Ingleses, 209 – Bela Vista
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) | R$ 40,00 (meia) | Compre aqui
Duração: 60 min
Classificação: 14 anos
Siga o Canal Tadeu Ramos no Instagram
