Depois de fazer temporadas de sucesso na capital e no interior do estado, o espetáculo “Não Aprendi Dizer Adeus” chega ao Centro Cultural São Paulo para uma curta temporada. Eleita como uma das 25 melhores peças de 2022 segundo a Folha de São Paulo, “Não Aprendi Dizer Adeus” fala de forma leve, divertida e metafórica sobre um dos maiores tabus de nossa sociedade, a morte.
Dirigido pela carioca Rafaela Azevedo (criadora do sucesso “King Kong Fran”) , o espetáculo utiliza a linguagem da palhaçaria para adultos e coloca Leila simplesmente Leila (vivida por Bárbara Salomé) diante dos cinco momentos característicos do luto: negação, barganha, raiva, depressão e aceitação.

No solo “Não Aprendi Dizer Adeus”, o público acompanha o último dia de vida da palhaça que tenta desesperadamente escapar de seu destino. Ao tentar fugir do que te espera, Leila escancara suas contradições, desejos, medos e alegrias e como num grande espelho, o público se reconhece.
Idealizadora do projeto, a artista mineira Bárbara viveu a morte muito cedo em sua vida ao perder repentinamente aos 5 anos de idade, sua irmã mais nova. Daí surge a necessidade de falar sobre “o único mal irremediável” como diria Suassuna. A diretora Rafaela, que assina o roteiro em parceria com a atriz, passava por um momento de luto quando surgiu o convite. “Quando a Bárbara me convidou, eu estava vivendo o luto recente da morte dos meus pais e avós. Meu trabalho é totalmente conectado com minha vida pessoal. Aceitei de primeira e recebi como um presente”.
A diretora Rafaela, que assina o roteiro em parceria com a atriz, passava por um momento de luto quando surgiu o convite. “Quando a Bárbara me convidou, eu estava vivendo o luto recente da morte dos meus pais e avós, que faleceram em 2019 e 2020. Meu trabalho é totalmente conectado com minha vida pessoal. Aceitei de primeira e recebi como um presente. Seria interessante elaborar o luto brincando com uma palhaça”, conta a diretora. “A palhaçaria trata de tudo que é humano. O riso gerado por uma palhaça é a partir da exposição de suas próprias desgraças. Ela exagera, extrapola, inventa sobre a condição humana. Tudo o que é inadequado é próprio de uma palhaça. O medo de lidar com a morte nos gera tanta angústia que pode nos fazer morrer em vida. Que consigamos brincar com ela enquanto estivermos vivos”, finaliza.

O espetáculo foi realizado através do Edital PROAC 10 – CIRCO Produção de espetáculos e números individuais ou duplas/2021 e tem feito uma série de apresentações por espaços Culturais, Festivais e temporadas desde a sua estreia, em 2022, sendo bem recebido pelo público e pela crítica.
E por fim, “Não Aprendi Dizer Adeus” é uma espécie de espetáculo ritual onde o público ri e se emociona ao se ver nos olhos da palhaça lutando contra a única coisa impossível de ser vencida por nós meros mortais, a finitude.
Ficha Técnica
Idealização, dramaturgia e atuação: Bárbara Salomé
Direção e dramaturgia: Rafaela Azevedo
Desenho de luz: Júlia Orlando
Figurino: Fagner Saraiva
Criação de Trilha Sonora: Monique Salustiano
Adaptação, montagem e operação de luz: Violetta Chagas
Produção executiva e Operação de som: José Sampaio
Criação de peruca: Erick Malccon (Artesão das tranças)
Costureiras/confecção de figurino: Silvani Pereira Bahia, Andrea Santa Rosan e Dilsa Jardins
Cenografia: Thiago Capella Zanotta e Bárbara Salomé
Cenotécnico: Zito e Evas Carretero
Fotografia: Caio Oviedo
Produção geral: Bárbara Salomé
NÃO APRENDI DIZER ADEUS

Temporada: De 06 a 09 de Fevereiro
Horário: Quinta a Sábado, às 20h | Domingo, às 19h
Local: Rua Vergueiro, 1000
Ingressos: Gratuitos | Retirar duas horas antes na bilheteria física do teatro.
Duração: 50 minutos
Classificação: 16 anos
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