Em outubro de 2024, o Pequeno Ato, em São Paulo, apresenta “A Mulher Perfeita”, uma produção da companhia de teatro Os Profanos, dirigida por Guilherme Franco e com dramaturgia de Jonatan Cabret.
A peça aborda temas como imigração, transexualidade e as pressões de uma sociedade constantemente em busca da perfeição. “A Mulher Perfeita” acompanha Crisálida, uma jovem trans imigrante brasileira em Lisboa, que observa de perto as vidas dos moradores locais e de outros imigrantes que, assim como ela, buscam uma nova oportunidade. Ao lado de José, um jovem português dotado de habilidades mediúnicas, Crisálida embarca em uma jornada que transita entre a vida e a morte, o amor e o desapego, sempre cercada de questionamentos sobre o que realmente significa ser “perfeito”.
Explorando os desafios da imigração e a ilusão da perfeição A peça se fundamenta na premissa de que, para muitos brasileiros, viver na Europa representa um “pote de ouro” – um sonho de estabilidade e qualidade de vida. No entanto, a realidade frequentemente se revela dura e complexa. “A Mulher Perfeita” retrata a experiência de imigrantes que enfrentam não apenas o desafio de estarem longe de suas raízes, mas também o preconceito e a xenofobia, especialmente de alguns nativos portugueses que resistem à presença de estrangeiros em seu país.
Em um cenário multicultural de Lisboa, Crisálida e José cruzam caminhos e, juntos, desvendam os segredos e as histórias de outros personagens marginalizados. Inspirada na estética Red Herring, a trama se desdobra em um labirinto de falsas pistas e reviravoltas. Cada personagem, com suas motivações e aspirações, convida o espectador a refletir sobre a busca desenfreada por aceitação e o peso de se adequar às expectativas externas.
A narrativa entrelaça suspense e drama, utilizando essa mesma estética para envolver o público em uma trama repleta de ilusões e enganos. Em suas jornadas pela perfeição, os personagens provocam o espectador a considerar a verdadeira essência do que significa ser perfeito.
Segundo o diretor Guilherme Franco, “a peça questiona, acima de tudo, o que realmente significa ser perfeito em uma sociedade obcecada por expectativas irreais”. Uma peça que discute temas urgentes e contemporâneos. Para Jonatan Cabret, dramaturgo envolvido em várias produções paulistanas, o espetáculo serve como um espelho da sociedade contemporânea, abordando questões frequentemente
silenciadas. “A peça traz à tona assuntos difíceis, como bulimia, ninfomania e violência, propondo uma reflexão sobre o impacto dessas pressões em um mundo que impõe padrões irreais”, explica Cabret. Ele observa que “A Mulher Perfeita é um convite para o público enfrentar suas próprias expectativas e cultivar empatia por essas histórias”.
A peça também aborda questões de gênero e identidade, com Crisálida como um símbolo de resistência e autenticidade. Em uma sociedade que frequentemente marginaliza aqueles que desafiam normas estabelecidas, a transexual imigrante representa a luta e os desafios enfrentados pelas pessoas LGBTQIAP+, especialmente quando estão longe de casa e sem o suporte familiar.
A obra aborda outros temas urgentes e sensíveis, como violência, bulimia, ninfomania e ideais suicidas, refletindo a realidade de muitos em um mundo onde as redes sociais exacerbam a busca por validação. “É um convite para o público confrontar suas próprias expectativas e cultivar empatia por essas histórias”, afirma o dramaturgo.
A estreia de Guilherme Franco na direção Guilherme Franco, com vasta experiência como ator, faz sua estreia como diretor em “A Mulher Perfeita”. Com uma trajetória consolidada no teatro Bibi Ferreira, Franco enfrenta o desafio de dirigir um elenco diverso e numeroso, que inclui nomes importantes do teatro paulista, como Anderson Neves, Belenice Baeza, Bruno Gambini, Bruno Nunes Lesses, Carlinhos Tucson, Cacau Almeida, Doni Gadêlha, Edvaldo Ramalho, Elisa Naamã, Fabrizzio SanVarez, Hugo Henrique de Souza, Paola Romero, Talita Duarte e Thalita Alves. “Busquei explorar o tema da imigração e aprofundar a luta interna de cada personagem, onde a ideia de perfeição se revela como uma máscara que utilizam para se proteger do julgamento social”, afirma Franco.
O espetáculo também explora a tensão entre tradição e modernidade, representada por Seres e Fysi, um casal cigano que decide romper com suas tradições para viver entre imigrantes brasileiros. Além disso, aborda as pressões estéticas e a espetacularização da dor nas redes sociais, por meio do influenciador Venério e sua personalidade dupla, sombria e perfeita, Éron. Esses enredos secundários complementam a narrativa principal, criando um mosaico cultural que desafia os conceitos de ertencimento e identidade.
Ficha Técnica
Direção: Guilherme Franco
Texto: Jonatan Cabret
Elenco: Anderson Neves, Belenice Baeza, Bruno Gambini, Bruno Nunes Lesses,
Carlinhos Tucson, Cacau Almeida, Doni Gadêlha, Edvaldo Ramalho, Elisa Naamã,
Fabrizzio SanVarez, Hugo Henrique de Souza, Paola Romero, Talita Duarte, Thalita
Alves.
Designer de Maquiagem: Vini Welch
Designer de Figurinos: Davi Olliver
Produção associada; Belenice Baeza e Pedro Fagundez
Realização: Cia. Os Profanos
Assessoria de Imprensa: Bruno Gambini e Jonatan Cabret
A MULHER PERFEITA
Temporada: De 12 a 27 de Outubro
Horário: Sábados, às 21h | Domingos, às 19h
Local: Rua Dr. Teodoro Baima, 78 – Vila Buarque
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) | R$ 40,00 (meia) | Compre aqui
Classificação: Livre